Friday 22 August 2008

Fim do capítulo

03:52

"Numa conversa entre vozes que habitam a minha cabeça e eu mesma, houve uma discussão e mandei-as embora...depois olhando para o telemóvel, vi a palavra “vazio”…foi aí que uma terceira voz me falou e me perguntou: “É assim que te sentes, não é pequena?”. Era uma voz diferente das outras, mas uma voz que me era familiar…era a tua…agora percebo que foi a tua mão que senti pousada no meu ombro enquanto chorava…”
Depois de uns quantos dias de emoções fortes, foi isto que resultou…Boom! A minha cabeça não aguentou mais e rebentou! Foi a conversa com a Patrícia e com o Ivan…foi a despedida do Bruno e muitas outras coisas…em relação ao primeiro pequeno texto que escrevi antes deste parágrafo, e em resposta aquela voz…sim, sinto-me vazia…”claro!” pensei “Mandas-te as tuas duas “eu” que existem em ti, irem-se embora! Como é que não haverias de te sentir vazia?!” Mas eu estava errada…essas duas “eu”, na realidade, não são duas! É uma “eu”, aquela que passa a vida a deitar-me abaixo, que faz com que me odeie, que faz com que diga coisa que não quero dizer! Esta é a “má-eu”…A outra voz é uma masculina, é o meu anjo, aquele que me faz sorrir segredando-me coisas ao ouvido, que me elogia e brinca comigo…que me faz companhia às 4 da manhã enquanto escrevo texto estúpidos e sem sentido como este…
Pareço uma maluquinha não é? A falar de vozes, a baralhar assuntos…Bem, estaria a mentir se dissesse que não sou…Na verdade, sou uma pita que não sabe o que quer…talvez seja também egoísta, porque enquanto me preocupo COMIGO e com as vozes más e boas na minha cabeça, há crianças a morrer a fome…
Bem mas eu disse que afinal não me sentia vazia por as vozes terem desaparecido não foi? Pois foi! Isto porque as vozes estão na minha cabeça e o que está vazio é o meu interior, o meu ser, o meu coração, a minha alma…
Oh! Eu tinha tanto para escrever…tudo começou com o Bruno…eu odiava-o no início…eu escrevia e ele também…conhecemo-nos e descobrimos (entre outras coisas) isso em comum…foi o único que me deu a mão…foi o único que deu valor a minha escrita, foi ele que fez com que escrevesse mais e mais, e que por fim.desistisse…e que voltasse a escrever agora (não pelos melhores motivos). Oh Bruno! Sinto tanto a tua falta…se tu soubesses…e ele deixou-me por uma namorada.ela que o consome, que o mata a pouco e pouco por dentro. Oh bruno, eu adoro-te! Se tu soubesses…depois a patrícia, a melhor amiga do bruno, (ou pelo menos, costumava ser) …eu pedi-lhe ajuda para o salvar...pois a minha divida pra com ele é grande…mas…ela respondeu-me que por lá “ a noite desfaz-se nas flores. Amarelas.” Porquê amarelas? Porque não cinzentas ou negras? Oh Patrícia. Lá estou eu a armar-me em escritora, romancista…sei lá…! Mas tenho tanto para te dizer…o Ivan…Oh Ivan! Perdoa-me por te amar…Amar magoa, faz chorar...e eu não quero chorar, não me quero sentir fraca…perdoas-me? “do you care if i dont know what to say?” na, na, na…Lembras-te? Cantaste-me baixinho ao ouvido um destes dias..Oh meu amor…nao sei que dizer mais além de um amo-te. São palavras sinceras…
E agora? Odeio terminar textos…fica sempre tudo por dizer e explicar…
Oh a noite vai ser longa…
Odeio ter insónias

04:26 – Fim -